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Você sabe do que se trata a alienação parental? Descubra nesse texto!
Quando um casal com filhos decide não continuar mais junto, certamente eles permanecem sendo pais. Mas cada um com os seus direitos, seja de guarda, de visitas ou guarda compartilhada. Dessa forma, é feita uma negociação para que não se perca o vínculo com os filhos. Na maioria das vezes, aparentemente, isto ocorre. Porém, é preciso atentar para o que está por trás deste acordo: filhos manipulados por questões não resolvidas dos pais.
Alienação parental
Quando um dos dois têm dificuldades em elaborar de maneira saudável o luto da separação, acaba-se utilizando artifícios de vingança contra o ex-cônjuge. Neste processo vingativo, ocorre a alienação parental. Isto é quando um dos pais passa a criar formas de alterar a percepção do(s) filho(s) perante o outro genitor. Geralmente quando crianças, faz-se com que esse filho passe a nutrir sentimentos de raiva contra um dos pais.
A síndrome de alienação é quando passam a surgir sinais e sintomas irreversíveis na criança. Denise Silva (apud Guilhermano, 2012) cita alguns deles: “mentir compulsivamente; manipular pessoas, situações, informações; exprimir emoções falsas, mudar seus sentimentos em relação ao alienado (de amor-ódio à aversão total); exprimir reações psicossomáticas semelhantes às de uma criança verdadeiramente abusada, entre outros. As vítimas da Síndrome da Alienação Parental podem se tornar pessoas com graves problemas. Entre eles, estão: ‘depressão crônica, transtornos de identidade, comportamento hostil, desorganização mental, e, às vezes, até suicídio’, segundo Fonseca.” (GUILHERMANO, 2012, P. 18).
Existem casos de pais que foram ‘mortos em vida’, causando também neles sentimentos de humilhação e impotência por não poder ver os filhos. O documentário A Morte Inventada chama a atenção para a situação de duas irmãs que eram fortemente contra as atitudes do pai. Afastadas severamente dele por uma mãe super protetora, tanto as meninas como o pai perderam momentos que jamais poderão ser recuperados. No entanto, estas jovens conseguiram ter mais uma chance em reviver os laços paternos. Isso aconteceu porque uma delas passou a se dar por conta do que a mãe estava fazendo. Assim, pôde perceber que seu pai sempre estivera pensando e se preocupando com elas. Dessa maneira, deixaram com que ele voltasse a fazer parte de suas vidas e renegando as atitudes da mãe.
No Brasil, desde agosto de 2010, existe a lei que dispõe sobre a Alienação Parental (Lei nº 12.318 de 2010), apresentando seu conceito e nomeando as figuras do alienador e do alienado. Nesta lei, também são ditas quais medidas judiciais devem ser tomadas quando se constata a ocorrência da Síndrome da Alienação Parental (GUILHERMANO, 2012).
Busque auxílio
Ao desconfiar que a alienação parental esteja ocorrendo, é fundamental recorrer a medidas legais e buscar auxílio psicológico, tanto para a criança envolvida, como para os pais. O profissional Psicólogo tem uma imensa responsabilidade em lidar com situações de alienação parental. Existem casos em que um dos pais pode chegar a extremos quando está decidido a afastar o outro genitor e a manter o relacionamento do filho apenas consigo, inclusive inventando abusos sexuais que nunca ocorreram, deixando na psique da criança marcas tão profundas que irão alterar sua vida para sempre: na percepção do mundo, na confiança nas pessoas e a sua própria imagem pode ficar negativamente distorcida.
GUILHERMANO, Juliana Ferla. Alienação Parental: Aspectos Jurídicos E Psíquico. Acesso em 10/06/2017. Disponível em: http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2012_1/juliana_guilhermano.pdf
MINAS, Alan. A Morte Inventada. Documentário. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HctTgwNNpSY
Camila Eloísa da Costa
Psicóloga, CRP 07/21582. Orientadora Educacional na Rede Caminho do Saber na Educação Infantil e Séries Inicias do Ensino Fundamental.
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